terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Odontologia Forense- Parte II

Técnicas:

  • Caso existam dentes no local do crime, seguem-se os seguintes passos:
- Verificar se é um dente de leite ou definitivo;
- Identificar a que grupo pertence (incisivos, caninos, pré-molares ou molares);
- Reconhecer se pertence ao maxilar superior ou inferior;
- Proceder ao estudo quanto à sua posição: arco central ou lateral.


O estudo dos dentes, quando estes ainda se encontram no cadáver é mais simples quando se trabalha com ossadas pois podem-se estudar os maxilares (arcos ósseos) separadamente. Quando se trata de um cadáver fresco, deverá porceder-se à sua remoção para facilitar o manuseio.


  • Se houver sinais de mordida procede-se à sua análise que se baseia nos factos:
- Os dentes humanos são únicos;
- Existem detalhes suficientes dessa singularidade na marca de mordida.





-> A análise das marcas de mordida assenta nos passos:

Obtenção da evidência a partir da vítima: Para uma correcta análise, devem ser incluídas todas as características da dentada (localização; tamanho; forma; orientação; cor; tipo de lesão, saliva depositada quando produzida e, se possível, qualquer impressão digital encontrada.

Obtenção da evidência a partir do suspeito: é feita aanálise das estruturas dentárias dos suspeitos através de moldes de gesso.

Comparação da evidência. A partir dos moldes obtidos, são feitas sobreposições fotográficas com visa a estabelecerem-se comparações.







Ficha odontológica para identificação forense:

Numa boa ficha odontológica, devem constar os seguintes tópicos:

  • Sistemas de numeração das peças dentárias;
  • Diagrama para o registo das particularidades morfológicas de cada dente;
  • Um formulário de achados dentais;
  • Um local de registo de características odontológicas de interesse (radiografias, restaurações, etc.).

Sistemas de numeração das peças dentárias

O mais usado é o "sistema de dois algarismos". Neste sistema, representam-se os dentes por um par de números. O primeiro número, indica à qual dos quadrantes pertence (na dentição definitiva, varia entre 1e4; na temporária-5a8) a peça dentária, o segundo indica qual é o dente (dentição definitiva, representa-se de 1 a 8,sendo o número 1 o incisivo central; na temporária: 1a5)


Diagramas

Os modelos mais usados são o sistema lineal, e o sistema em forma de arco. Nestes sistemas, os dentes representam-se de forma esquemática onde constam tratamentos odontológicos respectivos a cada dente. Diagrama usado pela Interpol:

Formulário de achados dentais

É o local onde devem constar todas as observações quanto à marcação. Neste formulário,

¬ Todas as peças dentárias perdidas em vida marcam-se com um X grande.

¬ Todas as peças dentárias perdidas depois da morte marcam-se com um círculo.

¬ Em caso de restaurações, usa-se a cor preta para marcar amálgamas, a cor vermelha para indicar trabalhos feitos em ouro, e a cor verde para os materiais polimerizados.

¬ As cáries marcam-se com "x" pequenos situados na face que as contêm.


Secção para características especiais

É o local onde são anotados todos os trabalhos odontológicos de interesse especial para a identificação, bem como fazer constar radiografias "intra vitam" e "post mortem" e outras informações que se tenham levantado.

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