terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Biologia e Genética Forense (ParteII)

Como funciona:
A resolução dos casos relacionados com esta área, assenta na individualidade biológica de cada indivíduo fundamentando-se na exclusividade, na igualdade e invariabilidade da molécula do DNA, presente em todas as células de um organismo. O DNA é único para cada ser humano! O indivíduo fica perfeitamente identificado através do estudo da sua molécula em qualquer vestígio biológico que lhe pertença.


Os laboratórios de DNA forense, são voltados para elucidação de delitos e identificação de pessoas. A sua metodologia envolve as seguintes etapas:
a) Recolha dos materiais: a quantidade, exactidão e fiabilidade dos resultados dependem de procedimentos que devem ser rigorosamente adoptados desde o isolamento do local do delito e do levantamento das amostras biológicas a serem encaminhadas para o laboratório.
b) Extracção do DNA. Há uma extracção do ADN proveniente do núcleo das células. Porém, quando as amostras são escassas em material genético proveniente de células nucleadas, procede-se alternativamente à analise do DNA mitocondrial.
c) Quantificação do DNA: obtenção de parâmetros para balanceamento químico da etapa posterior.
d) Amplificação do DNA através da PCR (Reacção em Cadeia da Polimerase) que proporciona filamentos replicados de DNA, úteis à investigação. Através desta amplificação das sequências da molécula torna-se possível a visualização dos vários polimorfismos do DNA. Os principais polimorfismos estudados são STRs (Repetições Curtas em Tandem) que são regiões de pequenas sequências repetitivas, de 3 a 7 pares de bases de comprimento, distribuídas em todo o genoma humano.
e) Análise Comparativa do DNA das Amostras.

f) Cálculos estatísticos,feitos através do princípio de Hardy-Weinberg.
g) Elaboração de Relatório. Se o DNA do suspeito não coincidir com a evidência, teremos uma “exclusão” ; se a interpretação do perfil falhar por alguma razão, diz-se que o resultado é ”inconclusivo” ; se coincidir com a amostra, observa-se uma ”inclusão”.



-Para que o estudo do DNA em casos forenses tenha sucesso, é indispensável que as amostras biológicas no local do crime sejam correctamente identificadas, colectadas, embaladas, armazenadas e enviadas para o laboratório para estudo.

-"O DNA só funciona com comparação. Não adianta nada ter uma amostra mas nenhum suspeito", afirma Daniel Muñoz. Para superar esse obstáculo, vários países começaram a criar um banco de dados com o código genético de todas as pessoas acusadas de algum delito.

-O nível de sofisticação atingido pelos laboratórios permite determinar a composição e a origem de cabelos, tecidos, suor, grãos, sementes e até pólen de plantas encontradas na cena do crime – evidências úteis para descobrir os lugares por onde a vítima passou.

" A identificação positiva através do perfil de DNA é um facto. Não se trata de algo subjectivo ou influenciado pelas variações das emoções humanas"
Willian Sessions ,
director do FBI, 1989

Sem comentários: